sábado, outubro 07, 2006

Por aki



O ser humano apresenta-se como uma dicotomia de sentimentos e sensações impressionante!

Por vezes sentimo-nos capazes de tudo.. Outras vezes quebramos à minima tristeza de um rosto amigo..

Não sei se precisas que te conforte.. Não sei se preferes que partilhe da tua tristeza..

Simplesmente te peço que não me digas para ignorar.. Es demasiado importante para mim..

Os dias sucedem-se.. Caminhamos lentamente para a solidão.. Mas no entretanto estou por aqui.. Perdoa-me se me predispus demasiado a ajudar, a tentar abafar esse tormento que te invade.. Mas a verdade é esta: estou aqui, mesmo que por vezes não pareça..

O que desejo mesmo é ver-te sorrir novamente..

A um grande Amigo

sexta-feira, outubro 06, 2006

Aqui sentada..



Estou sentada.. As pessoas passam, ignorando a minha pessoa a cada passo que dão.

Nas suas faces nada mais vejo senão o ser apressado em que o tempo os tornou.. Caminham cabisbaixos os rostos desconhecidos e desolados pelo meio da multidão..

Eu, no entanto, mantenho-me calma e quieta no banco que me acolhe e que não me deixa envolver no reboliço que me rodeia...

O comboio passa... O som ensurdecedor quebra a linha do meu pensamento e obriga-me, assim, a pausar a minha escrita..

Espero.. o ruído cessa... Mas de novo sou interrompida por outar coisa, outro som.. Esta ressoa no altifalante da gare pronunciando coisas que se tornam indecifráveis com o passar de um novo comboio...

Olho o relógio da estação.. Ainda falta pouco mais de uma hora para partir..

Talvez por estar tão calma, as pessoas que agora passam menos apressadas, olham-me com estranheza, com deselegância, de furtivo, espiando as palavras que "desenho" com as mãos, escritas por um pensamento calmo.. mais calmo que o deles..

A sua consciência atormenta-os, repele-os por todos os actos apressados que cometem. A minha não! E ao pensar deste modo, esboço um sorriso de satisfação, de orgulho por não me ter deixado envolver pela sua loucura..

E eu, apesar do reboliço que não pára, continuo aqui sentada, a contemplar a loucura dos desconhecidos que passam e agora me ignoram..